Categoria: tópico ou ideia principal

Anotações de aulas: A UNIDADE PARÁGRAFO (Primeira parte)

 A UNIDADE PARÁGRAFO (Primeira parte)

Eis algumas definições de parágrafo: parte de um texto escrito que desenvolve uma ideia básica e que se inicia com mudança de linha; divisão de um texto escrito, indicada pela mudança de linha, cuja função é mostrar que as frases aí contidas mantêm maior relação entre si do que com o restante do texto; e pequena parte ou seção de discurso, capítulo etc. que forma sentido completo e independente.

O parágrafo é uma unidade de composição do texto que apresenta uma ideia principal em torno da qual outras ideias são desenvolvidas. Há parágrafos longos e parágrafos curtos. Sua extensão é determinada principalmente pelo tema,  pelo objetivo e pelo estilo. Visualmente, o início do parágrafo deve se afastar da margem esquerda do texto ou fica separado dos demais por um espaço duplo. Este texto emprega o espaço duplo entre os parágrafos. Se empregasse o afastamento da margem esquerda, ficaria assim:

               Eis algumas definições de parágrafo: parte de um texto escrito que desenvolve uma ideia básica e que se inicia com mudança de linha; divisão de um texto escrito, indicada pela mudança de linha, cuja função é mostrar que as frases aí contidas mantêm maior relação entre si do que com o restante do texto; e pequena parte ou seção de discurso, capítulo etc. que forma sentido completo e independente.

            O parágrafo é uma unidade de composição do texto que apresenta uma ideia principal em torno da qual outras ideias são desenvolvidas. Há parágrafos longos e parágrafos curtos. Sua extensão é determinada principalmente pelo tema,  pelo objetivo e pelo estilo.

O tópico, ou seja, a ideia principal, introduz o assunto, apresentando o que será desenvolvido. O tópico é constituído de várias maneiras: declaração, pergunta, divisão, conceituação ou definição.

O desenvolvimento apresenta-se na forma de enumeração, detalhamento, exemplificação, analogia, contraste, ordenação temporal, apresentação de causas e consequências, testemunho.

A conclusão, nem sempre necessária, sintetiza o que foi apresentado.

Os dois exemplos[1], a seguir, não apresentam conclusão. No exemplo 1, o tópico apresenta uma declaração; no 2, apresenta uma declaração seguida por uma divisão. O exemplo 1 desenvolve-se por meio do detalhamento da declaração. O exemplo 2 desenvolve-se pela enumeração da divisão apresentada no tópico ou ideia principal.

O símbolo tradicional da medicina consiste em um bastão com uma serpente em volta. Representa o deus da medicina da civilização grega clássica. Em todas as esculturas e representações, recuperadas nas escavações arqueológicas ou preservadas nas ruínas dos templos a ele dedicados, o deus está segurando em uma de suas mãos um bastão com a serpente.

O simbolismo do bastão e da serpente tem dividido as opiniões dos historiadores da medicina. As seguintes interpretações têm sido admitidas. Em relação ao bastão: árvore da vida, com seu ciclo de morte e renascimento; símbolo do poder, como o cetro dos reis e o báculo dos bispos;  símbolo da magia, como a vara de Moisés; apoio para as caminhadas, como o cajado dos pastores. Em relação à serpente: símbolo do Bem e do Mal, portanto da saúde e da doença; símbolo da astúcia e da sagacidade; símbolo do poder de rejuvenescimento, pela troca periódica da pele; ser ctônico, elo entre o mundo visível e o invisível. 

Os exemplos[1] 3 e 4, respectivamente, apresentam como tópico, uma divisão e uma definição.  O exemplo 3 desenvolve-se pela enumeração da divisão apresentada no tópico. O exemplo 4 desenvolve-se pela apresentação de consequências advindas da definição apresentada no tópico. Além disso, o exemplo 4 apresenta, no último período, uma conclusão.

Dentre os mais célebres médicos  da escola de Salerno citam-se: Benevenuto Grasso, autor de Practica Oculorum, um manual de doença dos olhos que foi tido como texto clássico de oftalmologia durante quinhentos anos; Giles de Corbeil, que escreveu todas as suas obras em versos. Um dos poemas, “Carmina urinarum”, é dedicado à uroscopia, um dos métodos diagnósticos mais utilizados na época. Descreveu vinte cores diferentes de urina; e Rogerius Frugardi, cuja obra, conhecida por Cyrurgia Rogerii, foi posteriormente adotada em outras escolas. Nela existe a recomendação do uso de algas marinhas no tratamento do bócio.

A medicina já foi definida como “um conjunto de verdades provisórias”. Por isso mesmo ela se presta a mudanças de conceitos e condutas, na dependência do seu estágio de desenvolvimento e do envasamento teórico de que dispõe para fundamentar a prática médica. Por outro lado, por mais científica e técnica que ela seja, jamais consegue desvencilhar-se do seu componente de subjetivismo. Torna-se, assim, campo fértil para o aparecimento de modismos.


[1] IDEM.


[1] REZENDE, J. M. À sombra do plátano: crônicas de história da medicina. SP: Unifesp, 2009.