Categoria: escrita
Fávero, Andrade e Aquino – Capítulo I
Comentários a respeito da obra de Hermann Paul – Princípios Fundamentais da História da Língua
Comentários a respeito da obra de Hermann Paul – Princípios Fundamentais da História da Língua
Nílvia Pantaleoni
Princípios Fundamentais da História da Língua, de Hermann Paul (1841-1921), um dos iniciadores do grupo dos “jovens gramáticos” ou neogramáticos, é uma obra de caráter abrangente na medida em que pretende dar conta da origem, cisão, classificação das línguas e das mutações fonéticas, semânticas e sintáticas que sofrem durante sua evolução. Além disso, seguindo a tendência de seu tempo, já procura dar foro científico aos estudos da linguagem, considerando-a como uma ciência histórica.
Comentários a respeito da obra de Hermann Paul
BALANÇO DA DISCIPLINA “ORALIDADE E ESCRITA: FUNDAMENTOS E ENSINO”
Oralidade e escrita programa 2015 é uma disciplina que abarca muitos conteúdos e muita possibilidade de prática. Acontece que a carga horária restringe-se a 32 horas e se divide em 8 aulas. Decisões precisam ser tomadas para que haja um real aproveitamento tanto por parte dos alunos quanto por parte da professora que também se beneficia com as interações.
Por sorte, a bibliografia básica é simples se levamos em consideração o estilo dos teóricos envolvidos com a Análise da Conversação, mesmo assim, ou por causa disso, compõe-se de obras extremamente pertinentes. Nesse sentido, as aulas da disciplina (final de fevereiro – início de abril de 2015) foram desenvolvidas com ênfase na prática, ou seja, os alunos foram, a partir da primeira aula, a campo para a constituição, cada um individualmente, de um corpus para servir de ponto de partida e de referência para os conceitos implicados na teoria.
Selecionamos o gênero entrevista para ilustrar os conceitos da Análise da Conversação. Como a turma era composta por 11 alunos, foram realizadas 11 entrevistas. Cada entrevista foi gravada e apresentada para o restante da turma. Cada um fez a transcrição de sua entrevista empregando as normas do projeto NURC.
No decorrer das aulas, os alunos e a professora procuraram discutir as características das modalidades oral e escrita da língua como parte de um continuum tipológico, tendo como perspectiva os diferentes gêneros textuais; analisar as produções discursivas tendo por base pressupostos da Análise da Conversação; e refletir sobre as possibilidades de operacionalizar o estudo da interação verbal no ensino da Língua Portuguesa. Para tanto, cada aluno ficou responsável por um tema relacionado aos objetivos da disciplina: variação linguística: dialetos, registros e norma; transformações no fenômeno sociolinguístico da gíria; como falam as pessoas cultas; a dimensão social das palavras; textos construídos na internet; o texto oral em sala de aula; tópico discursivo; turno conversacional; marcadores conversacionais; procedimentos de reformulação: paráfrase; procedimentos de reformulação: correção.
É esperado que os estudos da Análise da Conversação tomem como ponto de partida um texto falado. Tenho o hábito de, no decorrer das aulas, lançar para os alunos o desafio de transformar um texto de concepção escrita e de modo de produção também escrito em um texto de concepção falada e de modo de produção também falado. Tenho observado que essa atividade leva à percepção da riqueza da fala e das múltiplas possibilidades de uma mesma informação ou de um mesmo assunto ser desenvolvido. O desafio, realizado por duplas de alunos, constituiu-se, em transformar INSTRUÇÕES PARA MONTAGEM DE PASTA em DIÁLOGO – COMO SE MONTA UMA PASTA.
Foram realizados seminários para discussão das atividades e dos conceitos apresentados por autores fundamentais para nossa disciplina. Estas são as capas das edições que usei:, e .
Finalmente, para o trabalho de conclusão da disciplina (excertos, com permissão dos alunos, podem ser conferidos), a turma foi dividida em quatro duplas: Vanessa e Isac; Antônio e Willian; Juliana e Helton; Mônica e Mariana; e um trio:Edson, Elenilton e Marcos. Agradeço a toda turma o empenho e a colaboração em todas as nossas interações.
Exemplos de atividades com textos de concepção discursiva escrita e modo de produção falado
MARCUSCHI 2019
Manoel de Barros
O poeta dos simples e dos verdadeiros partiu!
No Caderno de Apontamentos, ele registrou:
I.
Deixei uma ave me amanhecer.
IX.
Agora estou sonhado de glicínias.
XLVII.
Abelhas novembras murmuram meu olho.
XLIX.
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Os morros se andorinham longemente…
Eu me horizonto.
Eu sou o horizonte dessas garças.
L.
Ó azaleias veementes! Fim.
Arquivos de minha dissertação de mestrado: AS CARTAS DE RUY BARBOSA A MARIA AUGUSTA E DE MONTEIRO LOBATO A PUREZINHA: A INTERAÇÃO POR ESCRITO E AS METÁFORAS DO AMOR
ROCHA PITTA: ESTUDOS INICIAIS DE A HISTÓRIA DA AMÉRICA PORTUGUESA (II)
ROCHA PITTA: PRÓLOGO E ADVERTÊNCIAS DE A HISTÓRIA DA AMÉRICA PORTUGUESA
Prólogo
As grandezas e excelências, ó Leitor discreto, da Região do Brasil, tão célebre depois de descoberta, como aniquilada enquanto oculta, exponho ao público juízo e atenção do Mundo, onde as suas riquezas têm chegado mais que as suas notícias, posto que algumas andem por vários Autores introduzidas em diversos assuntos, diferentes do meu, que não tem outro objeto. O costume sempre notado nos Portugueses de conquistarem Impérios, e não os encarecerem, é causa de que tendo criado o Brasil talentos por eminência grandes, nenhum compusesse a História desta Região, com maior glória da Pátria, da que pode lograr nos meus escritos, tomando eu com inferiores forças o peso, que requereria mais agigantados ombros; porém o respeitado caráter, em que por sua grandeza, e não por merecimento meu, me constituiu a Real Academia, honrando-me com o preclaríssimo lugar de seu Acadêmico, me dará alentos de Hércules para sustentar pesos de Atlante.
Com esta expressão ofereço este volume: se entenderes, que o compus em aplauso e reverência do Clima em que nasci, podes crer, que são seguras, e fiéis às notícias, que escrevo, porque os obséquios não fizeram divórcio com as verdades. Se em alguns termos o estilo te parecer encarecido, ou em algumas matérias demasiado o ornato, reconhece, que em mapa dilatado a variedade das figuras carece da viveza das cores, e das valentias do pincel; e que o meu ainda está humilde nas imagens, que aqui pinto, assim por falta de engenho, como por não ter visto todos os originais, fazendo a maior parte das cópias por informações, das quais não pode resultar o acerto de Apeles n o retrato de Helena pelos versos de Homero; mas se te não conciliar agrado pelas tintas a pintura, não deixem de merecer-te atenção pela grandeza os objetos; e se a tua vista for tão melindrosa, que não bastem a contentá-la com lhe apartares os olhos, a ti te escusas o enfado, e a mim a censura.
Advertências
Adverte o Autor que, da riquíssima América (tão dilatada, que se estende por quase quatro mil léguas de comprimento, estando ainda por saberás que tem de largo, e jaz debaixo de três diversas Zonas, dividindo-se em Setentrional e Meridional) da parte Setentrional não fala e só trata na Meridional da grandíssima porção que compreende o Estado do Brasil, assunto desta História da América Portuguesa.
Que não põe nela o cômputo dos tempos em número sucessivo de anos porque desde o de mil e quinhentos, em que foi descoberta a América Portuguesa, por largo curso, até o de mil e quinhentos e trinta e cinco, em que se doaram algumas Províncias e se principiou a fundação delas, não aconteceram outros progressos mais que a vinda do Cosmógrafo Américo Vespúcio, por ordem Del-Rei Dom Manoel, a demarcar esta região e as suas Costas; e depois a de outros Geógrafos e Capitães enviados pelo mesmo Rei e por seu filho e sucessor El-Rei D. João III, a tomar posse, meter marcos e observar o curso dos mares, fundar portos, explorar o País e levar dele mais distintas notícias.
Que estas operações se fizeram com intervalos de tempos, e desde o ano de mil e quinhentos e quarenta e nove, em que veio o primeiro Governador do Estado, leva a conta deles pela sucessão dos Governos e ordem dos fatos, mediando ainda alguns largos espaços sem ações para a escritura; falta que precisamente interrompe a série dos anos, mas não altera a verdade da História nem as notícias do Brasil, que é o fim para que o Autor a escreve e toda a alma e substância dos escritos, pois o mais são acidentes.
Que as matérias e notícias que nela trata são colhidas de relações fidedignas, conferidas com os Autores que estas matérias tocaram e com particulares informações modernas (que eles não tiveram) feitas por pessoas que cursaram as maiores partes dos continentes do Brasil e as depuseram fielmente como testemunhas de fato, com a ciência de que o Autor as inquiria para compor esta História, cujo essencial instituto é a verdade.
Que como nos dois primeiros livros descreve o corpo natural e material desta Região, as maravilhosas obras que nela fez a natureza, as admiráveis produções em vários gêneros e espécies e as suntuosas fábricas, que para o trato Civil e Político das suas Povoações foi compondo a arte, no retrato de tanta formosura, precisada a ser pincel a pena, não teme sair dos preceitos da História, quando altera a pureza das suas leis com as ideias da pintura que requer mais valentes fantasias, tendo por exemplar portentos em que a mais elevada frase Poética é verdade ainda mal encarecida.
Que nos livros que contêm matérias Políticas, leva o estila Histórica com estudo castigado e não põem nas margens os numerosos rios e as várias espécies das produções do Brasil, porque sendo tanto do instituto desta obra, entende, que devem ir no corpo dela.